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A campanha Janeiro Branco existe desde 2014 mas, parece que só após a pandemia é que começamos a dar mais atenção a questões de saúde mental.
 
Nos últimos anos vimos um aumento nos casos de esgotamento, ansiedade, depressão, impulsionada não apenas pelo cenário pandêmico, mas também pelo excesso de trabalho e uma adaptação forçada a um novo jeito de trabalho. O home office exigiu que as pessoas e empresas se adaptassem compulsoriamente ao trabalho remoto, gerando grande ansiedade e estresse para algumas pessoas.
 
A adaptação a novos cenários, sejam eles ameaçadores ou não, só é possível porque temos alguns mecanismos em nosso corpo que permitem que criemos e experimentemos novas formas de pensar e agir. Eu diria que o estresse é o principal deles.
 

O estresse pode ser definido como um “conjunto de reações fisiológicas necessárias para a adaptação a novas situações”. Ou como Kelly McGonigal o definiu “é o que aflora quando alguma coisa importante para nós está em xeque.”

A adaptação a novos cenários, só é possível devido a mecanismos que permitem que nosso corpo crie e experimente novas formas de pensar e agir. Eu diria que o estresse é o principal deles.
Ou seja, quando nos vemos diante de uma situação que exige adaptação nosso corpo responde de forma a nos dar mais foco, energia, força, facilidade para criarmos vínculos e aprendermos.
E, quando esse estresse de adaptação acontece, ele é positivo e nos leva a bons resultados. Mas quando esse estresse é contínuo ou mal gerenciado, pode virar crônico e é aí que ficamos mais suscetíveis ao burnout.
 
 

Burnout tornou-se uma doença ocupacional em 2022

 
Desde o dia 1º de janeiro de 2022, a OMS (Organização Mundial da Saúde) oficialmente incluiu a Síndrome de Burnout na nova Classificação Internacional de Doenças (CID-11). Burnout, de acordo com a definição da OMS, é uma “síndrome resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso”.
 
Esta determinação coloca o assunto de Burnout no centro das atenções das organizações, uma vez que traz uma interpretação direta e indireta de responsabilidade da empresa sobre a saúde integral dos funcionários, de acordo com o médico, psiquiatra Roberto Aylmer. Este reconhecimento pela OMS também pode gerar efeitos em processos trabalhistas, onde poderá haver responsabilização e indenizações da organização que não estiver fazendo nada sobre o assunto, adicionado a isso laudos comprovando o Burnout, histórico de performance do colaborador e relatos de testemunhas.
 

Como saber se estou com Burnout?

 
Como saber se estamos ou não prestes a ter um burnout ou entrar em esgotamento físico e mental? Como identificar se aquele cansaço, dor de cabeça, irritabilidade é momentânea ou não?
Existe um instrumento chamado MBI – Maslach Burnout Inventory Toolkit, que ajuda indivíduos e empresas a mapearem o burnout e principalmente que aspectos do trabalho impactam na propensão ao esgotamento. Em um estudo que Maslach & Leiter fizeram em 1997 pontuaram 6 aspectos do trabalho que influenciam diretamente o burnout: carga de trabalho, controle ou autonomia sobre o trabalho, recompensa e reconhecimento, comunidade, justiça e valores.
 
Quando tais aspectos são cruzados com as dimensões do burnout, a exaustão, o cinismo que são sentimentos e comportamentos de desconexão com o trabalho, e por último a eficácia pessoal que diz respeito ao desempenho e sentimentos de autoconfiança, é possível identificar e desenhar ações mais direcionadas tanto de prevenção e tratamento com mais acurácia.
 
De acordo com pesquisa realizada por Maslach & Leiter, apenas 15% da população que respondeu a esse instrumento está em burnout, e que de fato precisam de um tratamento mais profundo. 30% apresentam o perfil engajado e longe do risco de burnout. Mas outros 55% estão em perfis que apresentam algum ponto de atenção, a caminho de um burnout. E é nessa fase que atuamos de forma mais preventiva.
 

Como podemos prevenir burnout?

 

Para prevenir o burnout, vamos voltar à definição: se ele é o resultado de um estresse mal gerenciado, a chave é se conhecer:

 

1. Entender seu processo de estresse, quando ele acontece? Quais gatilhos e ações que geram esses sentimentos? Sabendo disso, fica mais fácil pensar em uma solução e gerenciá-lo se cuidando um pouco mais a cada dia.
 
2. Cuide do corpo e da alimentação: você incorpora atividade física no seu dia a dia? Consegue manter uma alimentação saudável evitando açúcares e processados? Não é surpresa que os exercícios produzem hormônios importantes que te ajudarão a combater o estresse, melhora do humor e aumento da sensação de bem-estar.
 

3. Saiba o que te dá prazer: é importante compreender o que gera sentimentos negativos, mas também o que te gera felicidade, prazer e satisfação. Compreendendo isso, você pode utilizar como uma medida preventiva.

 

E minha organização? Como ela pode evitar?

 
1. Escute o colaborador: o primeiro passo para a prevenção é discutir abertamente sobre o assunto e validando os sentimentos dos colaboradores. Ter uma escuta ativa, propositiva e resolutiva diante dos problemas citados pelos colaboradores é importante para que haja uma troca efetiva.
 
2. Trabalhe a segurança psicológica e treine os líderes: Além de escutar ativamente, é importante compreender se eles estão de fato falando. Em ambientes onde prevalece a insegurança psicológica, os colaboradores se sentem inseguros e com medo de retaliações. Capacitar e gerar consciência nos líderes é fundamental para a criação de ambientes mais seguros e respeitosos de trabalho.
 
3. Como está o volume de trabalho? Durante a pandemia, muitas organizações tiveram que reduzir seu quadro de funcionários e quem pagou a conta do excesso de atividade foram os que ficaram. De acordo com a pesquisa do Zenklub (2021), excesso de demandas e adição de trabalho são os principais inimigos do bem-estar.
 
4. Cuide do clima entre equipes. Ainda de acordo com a pesquisa, um dos índices mais positivos de bem-estar ficou a relação entre equipes (78 em uma escala de 0 a 100). Isso demonstra que, ter uma equipe integrada é fundalmental como prevenção ao Burnout.
 
5. Compreenda como está o nível de burnout em sua organização. Já existe um instrumento traduzido e validado que mensura burnout em suas* três dimensões e seis aspectos do trabalho* citadas logo acima. Para saber mais sobre o assunto, nós gravamos um podcast aqui no RHlab que você pode escutar e compreender como pode avaliar o Burnout e também acessar o site para mais informações: www.superandooburnout.com.br
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