“Inteligência é a capacidade de se adaptar à mudança” Stephen Hawking
E de mudança o RH está calejado não é mesmo? Há quem diga que tudo influencia o RH: o mercado, a crise, as gerações, a falta de informações para atuar, a visão errônea que a cúpula tem do RH, a falta de demonstração do retorno financeiro oferecido à uma empresa que visa os lucros, a falta de maturidade organizacional. Enfim… o fato é que com mudanças muitas vezes inconstantes, acabamos nos tornando reféns dela!
OK, vamos analisar o RH sob uma analogia do significado de refém. De acordo com o Google, a palavra Refém tem dois significados:
1. pessoa importante, cidade, praça de guerra etc. tomada ou entregue ao inimigo como garantia da execução de certas injunções, convenções, tratados etc.
2. em situações extremas, aquele que fica, contra sua vontade, em poder de outrem, como garantia de que alguma coisa será feita.
Não preciso elencar aqui os fatos que fazem o RH ser uma área importante para o desenvolvimento humano e organizacional. Contudo, no fato de não me sentir reconhecida ou prestigiada, por muitas vezes criei uma visão errada de que o sistema organizacional era o inimigo e que eu deveria me submeter ao cumprimento de um mandato. O problema não é em executar, mas sim, o de não influenciar, afinal, não temos o espaço merecido na cúpula.
Na acomodação de nos tornarmos reféns, passamos a fazer o que é “necessário” e deixamos de seguir a nossa ótica do que achamos certo. Pode ser cruel, mas muitas vezes somos levados a não criticar o sistema e percebo ao entrevistar candidatos às vagas de RH que temos atraído também (sem generalizar, ok?) profissionais que aceitam muito bem isso. Temos atraído também profissionais calejados pelo medo de ser demitido na primeira crise do ano, e por isso, acaba aprendendo a se submeter àquilo que deve ser feito, muitas vezes sem pestanejar! E isso é um fato não só na nossa área mas em muitas outras!
Será que estamos usando toda a nossa inteligência para sermos protagonistas da mudança ao invés de nos tornamos reféns?
Pode ser romantismo da minha parte mas acredito que somos mutáveis, adaptáveis, multifuncionais! Temos exigências do mercado mas temos, principalmente, exigência das pessoas — que mudam todos os dias! Temos o olhar de perceber a mudança, mas muitas vezes me faltou a capacidade e energia para correr na mesma velocidade.
– Lud, você está querendo dizer que a culpa é do RH?
Somos parte de um sistema complexo com grandes crenças individuais e organizacionais. Mas sim, te provoco a pensar que a culpa é nossa! Eu aceitei isso como uma tentativa de me melhorar e achar soluções. Tem dado certo.
O RH é uma organização dentro de outra organização. Temos dois clientes: os colaboradores e a empresa! Além de protagonista da mudança, devemos ser protagonista de nosso aprendizado enquanto RH. Não basta atender as exigências, devemos aprender com elas! Devemos ensinar! Na raiz de ser adaptável à mudança, devemos ser antenados! Buscar soluções sempre! Pensar no usuário! Mostrar para o cliente o que ele não faz ideia que quer. Não impedir que o atual sistema diminua a nossa criatividade.
Vamos partir do ponto positivo que somos multifuncionais, vamos nos melhorar para ver se a organização melhora? A Psicologia diz que não podemos mudar o ambiente e sim, podemos mudar a nós mesmos, e como consequência o ambiente será mudado. Vamos parar de culpabilizar a organização e nos melhorarmos?